Não se tem idéia de quando surgiu a primeira espada japonesa, mas os documentos nos provam que no período Jokoto ( aproximadamente século IV a X ) a “espada japonesa”, se assim podemos dizer, surgiu na região Honshu – Japão; Sua forma era reta e curta tendo corte de ambos os lados ( Kem ).
No período seguinte, Koto ( século X a XVI ), a espada adquiriu aquilo que hoje chamamos de “a forma única de espada japonesa”, onde ela tinha uma leveza e uma curvatura acentuada , pois foi um período de sucessivas guerras e seu uso era constante.
Após isso, no período Shinto (século XVI a XVIII ) a espada ficou um pouco mais pesada e mais larga, também conhecida como “A Espada Nova”.
No período Shinshinto ( século XVIII e XVIII ) a espada se definiu na sua forma e no seu comprimento.
Finalmente no período moderno, Guendaito ( XVIV até os dias atuais ), foram fabricadas sem muita arte uma quantidade enorme de espadas para guerra moderna onde decaiu muito a sua forma artesanal, mas muitos artesãos conseguiram manter a tradição de mestre a discípulo até chegar ao Brasil.
Inicialmente no período Koto havia as cinco tradições chamadas Gokaden, que levava o nome das regiões onde eram feitas pelos seus artesãos:
» Primeiro: Soshu;
» Segundo: Bizen;
» Terceiro: Yamato;
» Quarto: Yamashiro
» Quinto: Mino
Dessas cinco escolas se espalharam os vários estilos e mestres que chegaram até os dias de hoje, mantendo uma pequena diferença na maneira de preparar o aço e temperar a espada.
KUROKAJI SUKEHIRO
Andando no Bairro da Liberdade, entrei numa livraria japonesa e comprei um catálogo de espadas japonesas, que até hoje possuo, e vi a forma de como elas eram assinadas e datadas, iguais a espada do Sr. Oda. Vendo que existia a dinastia das espadas, escolhi as letras. Do nome do Oda, que se chamava Kunihiro peguei a letra Hiro e do Oura que se chamava Sukemune, peguei a letra Suke. Afinal encontrei meu nome: Sukehiro. Mas percebi que havia outro nome além deste que muitas vezes era o nome de um local ou tipo de pessoa. Estudando nos livros, vi que a dinastia do Sr. Oura tinha mais de 800 anos, originária de um espadeiro chamado Kokaji Munetika que significa “pequeno espadeiro”. Como eu não sou pequeno, mas sou negro, troquei a letra me denominando “espadeiro negro” Kurokaji.
Com estes dois professores percebi que havia uma diferença na maneira de aquecer a lâmina dentro da fornalha. A do Sr. Oura vinha de Bizen, a do Sr Oda vinha de Sosho. Duas escolas diferentes. O acabamento do Sr. Oda era rústico e um amigo meu, Ottaiano, que aprendeu com Oura, me corrigiu e ensinou como dar polimento, assunto no qual até hoje tenho dificuldade. As minhas têmperas são Notare (ondas) e Midare (irregular). As características são Nioi. Tentei por várias vezes fazer a têmpera reta, que acho linda e nunca consegui. Ao perguntar isso ao meu professor Oura, ele sorrindo me disse: “Quando você tiver uma vida correta você fará também uma têmpera reta”.
Até o dia de hoje fiz aproximadamente 380 espadas, as quais classifico em 3 tipos, todas perfeitas: ótima (Jôjô), boa (Jô), normal (Shita). Esta classificação é difícil de ser explicada a um leigo,pois o valor delas é diferenciado. As espadas Jôjô guardava na minha coleção, apenas para pessoas que tinham um entendimento bom da espada japonesa. Até que um dia, um médico meu amigo, De Benedito começou a conhecer bem das espadas e comprou todas por um preço muito acima do que eu vendia normalmente. Para ter uma idéia, acima de 100%. Tentei ensinar várias pessoas esta arte mas hoje tenho como discípulos: Guilherme, Francisco Chagas, Samuel, Jeniffer e Fabiana. Aconteceu-me algo em Porto Velho no ano de 2009, um fator de difícil compreensão: ao receber um pedido de 20 espadas, para meu assombro, fiz têmperas que nunca consegui na minha vida toda como: Suguha(reta), Konotare (pequena onda), com detalhes Nie, Hitatsura, têmpera saltitante em várias partes da lâmina; coisa que não consigo explicar, pois se alguém for me pedir uma das lâminas e quiser uma exatamente igual, tenho certeza que não conseguirei fazê-la, pois não sei como elas chegaram a este ponto. Caso alguém olhe as minhas lâminas, pensará que foram vários artesãos que as fizeram. Por este motivo eu, que vinha marcando meus cabos com a lima Iri-Yamagata, parei de fazer este ano, deixando o cabo com riscos Senzuki(marca de esmeril), assinando somente com o nome de Sukehiro. Só passarei a fazer a marca de lima, quando tiver pleno domínio da formação da têmpera. As montagens que gosto de fazer são pretas, azuis, e marrom escuras laqueadas. Além de Shirasaia, os Tsubameus são fundidos em aço modular e a montagem do cabo Fushi, Kashira e Menuke são de prata com cobre. O motivo que me entusiasma a fazer espadas é conseguir me aperfeiçoar na confecção das mesmas. Se eu fizesse as minhas espadas e as guardasse, teria que uma hora parar, pela quantidade acumulada. As vendendo, tenho meios de conseguir aperfeiçoar-me sem ter que onerar minha família com esses gastos. Desta forma, o meu gostar pela arte milenar da espada japonesa me entusiasma a sempre prosseguir no caminho de espadeiro, Kaji. (19/03/2010)
Fabricação de espadas nos dias atuais
Uma outra atividade que juntamente com o Karate e o Trabalho de Gurdjieff esteve presente em todo a história de vida do Kyoshi Benedito Nelson foi a fabricação das tradicionais espadas japonesas. Jovem ele se interessou por este tipo de armamento e por toda a tradição que estas lâmina feitas artesanalmente carregam.
Após muitas pesquisas solitárias, conversando com famílias japonesas, estudos a partir de livros e relatos de espadeiros de séculos passados, o Kyoshi logrou fazer uma lâmina da maneira tradicional, com a metodologia e a técnica necessárias para garantir as características diferenciadas das lâminas usadas pelos Samurais.
O Kurokaji Sukehiro, nome de espadeiro do Kyoshi BNAS,em sua vida fabricou espadas para a venda à colecionadores que tem especial interesse nesta obra de arte e para demais interessados na cultura japonesa e nas tradições samurais. O aluno Guilherme Freitas, acompanhou como aprendiz as técnicas de fabricação das espadas a partir do ano de 2001, tendo recebido a orientação para fabricar espadas em todas as suas fases de acabamento desde as mais rústicas as mais sutis e delicadas. Quanto à confecção das bainhas, parte fundamental para a montagem da espada completa, Kyoshi ensinou ativamente a seu aluno Francisco das Chagas Araujo.
A tradição de fabricar as espadas japonesas não cessou com a morte física de Kurokaji Sukehiro. Os alunos nesta antiga tradição Guilherme Freitas e Francisco das Chagas Araújo, já perpetuam os ensinamentos recebidos do mestre. Deste modo, a estes dois discípulos foi dada a incumbência e responsabilidade de atuar para a continuidade desta antiga arte Samurai, como todo o zelo e responsabilidade com as tradições japonesas como foi a vontade de seu mestre espadeiro.
Após muitas pesquisas solitárias, conversando com famílias japonesas, estudos a partir de livros e relatos de espadeiros de séculos passados, o Kyoshi logrou fazer uma lâmina da maneira tradicional, com a metodologia e a técnica necessárias para garantir as características diferenciadas das lâminas usadas pelos Samurais.
O Kurokaji Sukehiro, nome de espadeiro do Kyoshi BNAS,em sua vida fabricou espadas para a venda à colecionadores que tem especial interesse nesta obra de arte e para demais interessados na cultura japonesa e nas tradições samurais. O aluno Guilherme Freitas, acompanhou como aprendiz as técnicas de fabricação das espadas a partir do ano de 2001, tendo recebido a orientação para fabricar espadas em todas as suas fases de acabamento desde as mais rústicas as mais sutis e delicadas. Quanto à confecção das bainhas, parte fundamental para a montagem da espada completa, Kyoshi ensinou ativamente a seu aluno Francisco das Chagas Araujo.
A tradição de fabricar as espadas japonesas não cessou com a morte física de Kurokaji Sukehiro. Os alunos nesta antiga tradição Guilherme Freitas e Francisco das Chagas Araújo, já perpetuam os ensinamentos recebidos do mestre. Deste modo, a estes dois discípulos foi dada a incumbência e responsabilidade de atuar para a continuidade desta antiga arte Samurai, como todo o zelo e responsabilidade com as tradições japonesas como foi a vontade de seu mestre espadeiro.
Kuniu Oda | Assinatira de Oda |
Shiouske Oura | Assinatura de Oura |
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