O que significa isto? Como fazer para evoluir? Por que
evoluir? Sabemos que possuímos o nosso corpo físico e que ele é o receptáculo
de manifestações (fusões) para podermos entrar em contato com este mundo
externo ou físico. Este corpo nasce, cresce, evolui até certa idade e começa a
involuir até a velhice e chegar a um ponto que vai se tornando incapaz de fazer
o que antes fazia, isto é, já não satisfaz plenamente uma finalidade de nos
fazer entrar em contato com o mundo externo. Para isto é necessária uma
alimentação básica: comida e água. Não vou entrar no mérito de qual é a melhor
ou pior, isto depende do que se está fazendo e quais são as necessidades do
momento. Se acharmos que a Bíblia é certa podemos comer qualquer alimento;
carne, peixe, etc.
O que não devemos comer é uma escolha da parte
intuitiva do ser, que possui uma inteligência acima do intelecto, se este não
interferir com os modismos (refrigerantes, enlatados, etc.), mesmo estes tem um
motivo para sua existência, além do fumo, café, etc. Se a pessoa quer por a
atenção na saúde é outro caso que não tratarei, pois os conceitos de
alimentação mudam como o vento e para o trabalho da evolução humana é apenas
uma pequena parte.
O segundo alimento é o ar que respiramos, como não
podemos purificá-lo, este também deve seguir os preceitos da parte intuitiva do
ser, sem a interferência do intelecto.
O terceiro alimento que achamos ser o mais importante
e já falamos dele várias vezes, este sim podemos escolher e nos alimentarmos
adequadamente, para tanto temos que apenas fazer esforço de atenção e
sacrifício de postura interior, deixando de lado a vaidade, o machismo, a raiva
e etc., melhor dizendo, observá-los.
Evoluir é ter mais luz, mais compreensão sobre a vida,
mais força dentro de si, é ter liberdade de não ser levado pelas circunstâncias
externas, é não depender somente do corpo físico para ter vida, é poder amar
quem não tem este sentimento por nós, isso é evoluir. Claro que além disso
poder compreender e participar do trabalho divino da criação, entendendo as
leis que existem e regem a natureza e a nossa vida.
Iniciar os primeiros passos na direção de um caminho
cristão não é ficar dormindo e se julgando isto ou aquilo. Não sei outra
maneira a não ser estar equilibrado dentro de mim mesmo. E para isto tenho que
conhecer esta máquina que é meu corpo e não deixar que tudo se ponha na lei
mais baixa, que é a do animal: viver para comer, criar, envelhecer e morrer
junto de meu corpo físico.
Os mundos iniciam com nossos sentidos que nos trazem
os recados e influências externas. O que vamos fazer com essas influências
depende somente de nós. Entra pelos olhos, ouvidos, sensações, enfim, pelo
centro instintivo, e lá dentro podemos estar preparados para receber e procurar
entender estes recados da vida externa. Seja lá o que for desde a gota da chuva
em nosso corpo até o olhar de nossos filhos. Tudo entra aí para não sair, entra
para mudar, queiramos ou não. Tudo vai passar, o nosso esforço para a
construção de uma casa, templo ou outra coisa como livro e etc., vai ficar e
disso tudo o que ficará realmente conosco? Cada minuto da nossa vida é único,
podemos aproveitá-lo ou perdê-lo, pois os acontecimentos seguem o seu curso
natural. Nós podemos ter este destino (do nosso corpo físico) ou escolher o
destino que o homem merece, aquele que temos direito e tivemos a chance de
tê-lo. O trabalho para a construção desse destino, não depende do que acontece
externamente, mas sim a maneira que recebemos este alimento chamado impressões.
Da maneira que o recebermos poderemos sentir algo de real que existe em nosso
interior. Aquele sentimento de pertencer a tudo o que nos rodeia, sem contudo
seguir as mecanicidades que herdamos da nossa família, amigos, educação e até
da religião que não conseguimos entender. As perguntas são necessárias, pois
elas deixam um para nossa compreensão. Olho meu filho e pergunto a mim mesmo:
Será que gosto dele? Será que sei o que estou fazendo? O que é gostar? Será que
não é identificação? Será que não é apego falso, onde escondo minhas fraquezas?
Como posso Ter raiva se a um instante eu dizia que optava? Porque mudo tão
repentinamente? Será que sei quem sou eu? E aí vai.
Hoje penso o seguinte: Tudo está fazendo parte de um
todo, mas antes desse todo há muitas outras partes que a nossa própria
compreensão acha ser o todo. O infeliz e prepotente homem se considera
conhecedor de tudo, pelo simples motivo de perceber alguns seres que enxergam
através de lentes de contato, lentes de laboratório ou lentes de um telescópio.
O pior, considera que sua percepção é certa e ilimitada e que sua vida é
somente aquilo que ele vê se mexer e que termina quando fica parado. É como se
uma célula achasse que só existe o que ela percebe, para ele então o homem não
existiria. Quando fechamos os olhos para a percepção normal e a consciência se
abre para outros mundos, aí então percebemos a nossa pequenez, digo outra vez,
a nossa insignificância perante o todo que percebemos com um pouco mais de
consciência, e na transição do aqui agora, o lá é sempre. O aqui e agora passa,
o lá fica. Tudo é móvel e colorido e não está desligado do aqui, que é uma percepção
pequena, limitada pelos nossos sentidos, ou melhor dizendo pelo nível da nossa
consciência que amortece nossos sentidos, nos cegando. Aceitamos socialmente as
nossas limitações, mas interiormente achamos que estamos sempre certos e
sabemos tudo e que a nossa compreensão é a única que existe.
Devemos dar um passo na frente da nossa vaidade, não
deixando-a predominar sobre a razão e a observação. Nos momentos onde aquilo
que se manifesta como fraqueza e que imaginamos ser o nosso forte, devemos ser
humildes diante do que está acontecendo e apenas observar, esperar e agir
dentro da lei da PAZ. Tudo isto leva os homens a aceitarem: de um lado a só quererem assistir dentro de
suas próprias limitações (sua saúde, sua família ou outros seres que nos
acompanham); de outro lado, só a
perceberem seus erros e sonhos e procurar juntar mais dados sobre seus
mecanismos no dia a dia. E nesta satisfação mútua seguem felizes seu destino
até chegar a hora da morte, para então pedir socorro para não encarar aquilo
que deveriam enfrentar naturalmente durante sua vida de procura e trabalho
sobre si. Nada mais é do que deixar o devaneio e as quimeras, para ficar
consigo mesmo mais perto de nosso Pai Comum. Entender que a luz nada mais é do
que a compreensão daquilo que nos rodeia procurando entender o que somos nesta
imensidão estupenda onde tudo existe, onde tudo é.
Vamos dizer que estamos conversando com alguns amigos;
temos dentre as possibilidades: uma de estar atentos a nós mesmos e outra de
estarmos atentos ao assunto decorrente. Dessa maneira estou falando e ao mesmo
tempo, intencionalmente, sentindo meu corpo ou parte dele. Ao sentir minha
cabeça percebo os sons entrarem em meus ouvidos, tanto do assunto decorrente
quanto do meio ambiente, policio minhas imaginações e fatos que defendo, não os
deixando se manifestarem e durante o assunto dá para perceber a intenção do
assunto e o nível de atenção de quem fala. Quanto mais entusiasmo, menos
atenção e perceber se for proposital. Meus olhos notam o interesse das pessoas
naquilo que quero falar e o que elas querem me falar. À medida que o tempo
passa, mais fácil fica de observar-se e observar tudo.
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