EU- Esta palavra vem sempre acompanhada de
Eu sou, Eu quero ou Eu posso. As pessoas esquecem de si e também do esforço que
o trabalho de G exige e na fantasia de sua cabeça começam a falar: eu não gosto
disso, não quero isto ou isto desse jeito, sou assim, não consigo mudar, quero ser outra pessoa,
sentir outras coisas, entender diferente, etc. Isto não tem fundamento, pois
dentro de nós existe uma legião de Eus que se misturam, se
associam e quando estamos distraídos, fantasiamos em nossa cabeça que
somos aquilo daquele momento, esquecendo que é apenas um momento. Tudo vai
passar, pois um Eu não permanece para sempre dentro de um ser, ele muda e vêm
outros com a nossa compreensão da situação em que vivemos.
No T.G. não devemos aceitar o que somos em
determinado momento, sem contudo esquecer que devemos estar atentos para aquele
momento. Não fantasiar que somos aquele tipo de sentimento ou aquilo que,
dentro de nossas limitações de compreensão, achamos que somos. Este tipo de
acontecimento dentro de nosso ser nos engana, pois uma pessoa comum acha que
aquilo é ela e que não há como mudar.
Nos momentos bons, onde estamos felizes
sorridentes e as coisas estão como achamos que devem ser é o pior momento de se
observar, pois não achamos necessidade de fazê-lo, Mas, quando a situação muda e tudo fica a
conta gosto, ruim, as pessoas são más, etc. é mais fácil de observar-se. Tanto
os Eus felizes quanto os contrariados são susceptíveis de erros e mudanças até
radicais, pois não possuem força para se manterem sempre na mesma disposição.
Se isto fosse possível, qualquer pessoa poderia falar: daqui para frente não
ficarei mais descontrolado e nem com raiva. Sabemos que isto é impossível na
situação comum e mesmo aquele que faz um esforço de auto observação, também
encontra dificuldade.
Quando estivermos observando toda a nossa
situação interior: relaxamento, contrações musculares do rosto, ombros e acima de tudo os "pensamentos" de nossa cabeça,
temos a possibilidade de apenas estar presentes naquela situação, sem querer
mudar nada, apenas não expressando através da voz, movimentos etc. o que estava
sentindo negativamente, podendo a partir daí ver em que situação
estamos, nada mais além disso.
Como passar do tempo, talvez até anos,
aqueles Eus se esquecem e são esquecidos, não as atitudes deles, mas o tipo de
sentimento que proporcionam,
seja gostoso ou ruim.
Como lembramos de nosso passado, achamos
que somos sempre os mesmos e que também nossos gostos e quereres são iguais ao
do ano ou mês passado. Isto ilude as pessoas que estão dormindo, pois se olham
para o espelho, fotografias, etc. e não vêem mudanças físicas, esquecem que a
psicológica é muito grande.
Quando percebemos que a pessoa está
identificada, isto quer dizer que aquele nosso Eu está presente, contando algo
de si mesmo, por isso é interessante fazê-lo falar e justificar ou querer dizer que é algo do passado, mas que
na realidade está presente. Qualquer assunto em que puxarmos algo que pensamos, que passou, ele
volta com toda a força até o ponto de se descontrolar totalmente e não poder fingir mais. Para que
isto não aconteça, deve haver dentro da pessoa uma luta onde ela procurará se separar
do que está contando como se estivesse falando
de alguém totalmente desconhecido e que não está presente para interferir. Se a pessoa disser que não está pronta para falar ou fazer algo,
significa que o Eu que está
narrando é muito
mais forte naquele momento do que os outros do T.G. Uma reunião não deve ser um lugar para se esconder, fazendo poses e
caras de relaxamento. Deve
ser descontraída e o mais importante é observar a si e também todos os
presentes. Aquele que estiver se mexendo, alheio aos acontecimentos da reunião,
distraído do que está sendo falado, como também o mais presente. Os nossos olhos devem ser soltos e suaves, sem contudo fixar em
alguém ou em algum lugar. A raiva faz o olhar ficar fixo no chão ou em alguma
coisa, podendo ser até a própria mão ou um simples coçar ou limpeza das unhas.
Estar presente é ver tudo que for
possível, assim como tentar ouvir os sons em geral. Neste momento, observar-se
e ver se não é algum Eu identificado com a presente reunião ou se estamos por
trás, vendo-o (o EU) também, junto com os das pessoas. Mesmo falando,
permanecer nesta situação de atenção em tudo e em todos.
Numa situação dessas, de presença, podemos dizer:
Eu sou, isto que sinto, Eu
quero ficar controlado e Eu posso, pois estou conseguindo o meu intento neste
momento. Fora da reunião é um pouco diferente, mas segue o mesmo princípio de
auto-observação.
13/07/2009
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