Quando um grupo de dispõe a acordar e com esse
objetivo começa a se encontrar e a se esforçar para auto observar-se, uma
energia e também uma pressão começam a circular em cada um do grupo. Quanto
mais determinado for o dirigente neste objetivo da auto observação, maior a
pressão. Por este motivo é que deve haver um espaço de tempo entre uma e outra
reunião. Não devemos confundir com mutirão, que é ajuda mútua para se erguer
uma construção ou arrecadar fundos para uma obra. Neste caso, ao terminar
o mutirão as pessoas se sentirão aliviadas e cansadas, estarão prontas para
passear, dormir, se divertir, etc.
A confrontação é uma energia que vem dos grupos do
Círculo Interno da Humanidade e tem até cor diferente pra quem pode ver
(esverdeada, meio azulada) enquanto a outra é amarela, avermelhada.
Um grupo, ao se reunir por mais de 24 horas começará a
sentir um silêncio interior e uma calma ao fazer qualquer tipo de serviço e a
atenção sobre si começa ser facilitada. Neste caso, poderá ser exigido de cada um,
um maior esforço de trabalho. Mesmo que durmam pouco, um sono rápido e não profundo durante os
momentos de descanso, ao terminar tudo o
sono do corpo físico será rápido e profundo.
O acúmulo de energia que gera um aumento de
consciência de si quase não é percebido quando o grupo estiver junto, mas nos
momentos em que cada um desse grupo sair e for para casa, verá uma diferença na
rua, o contraste chocante da vida comum
com a de consciência de si continuará. Haverá uma sensação de tristeza,
melancolia, até de frustração e o riso será substituído por lágrimas e a tagarelice por silêncio. A pessoa estará acordada para o mundo e vendo a realidade
em que está vivendo. Por isso sentirá falta daqueles que querem acordar, e virá a
tristeza.
Esse estado de consciência de si traz a confrontação entre estes dois mundos, vendo na intimidade de tudo que existe, o real valor daquilo que se tem fora de si, como a casa, carro, família, etc. Este é o grau máximo de sentimento que chamamos Confrontação. Um nível abaixo é a felicidade da lembrança do que foi feito e a espera de uma próxima vez. A pessoa sente que não pertence ao mundo, sai da distração e fica na expectativa da próxima vez. Enquanto a primeira sensação é de solidão, a segunda é de regozijo por ter uma oportunidade na vida.
Esse estado de consciência de si traz a confrontação entre estes dois mundos, vendo na intimidade de tudo que existe, o real valor daquilo que se tem fora de si, como a casa, carro, família, etc. Este é o grau máximo de sentimento que chamamos Confrontação. Um nível abaixo é a felicidade da lembrança do que foi feito e a espera de uma próxima vez. A pessoa sente que não pertence ao mundo, sai da distração e fica na expectativa da próxima vez. Enquanto a primeira sensação é de solidão, a segunda é de regozijo por ter uma oportunidade na vida.
Num grupo também pode existir um sentimento negativo
que se manifesta em pequenos detalhes. Uma pessoa ao fazer algum tipo de
serviço ou mesmo ao ver algum ato de outras começa a ficar incomodado. Algo
dentro de si se acha diferente e a partir daí o desmoronamento do esforço que
se fez até aquele dia. Gradativamente a pessoa vai achando uma desculpa para ir
embora mais cedo, não vir, até ficar bem claro que ela é diferente do grupo. A
força que circula no grupo já não lhe pertence, o mundo o chama, com as suas
belezas e atrações normais do sono como: cinema, festas, sexo, shopping, risos,
praia, filhos, liberdade de dormir, sem ninguém ver nem saber. A pessoa não incomodará ninguém ao redor, nem será
incomodada. Enfim, a maravilha de ser normal dentro do sono com aqueles que não
querem acordar. Como diz no novo testamento “deixai os mortos enterrarem seus
mortos”.
No momento em que uma pessoa se prepara para vir a uma
reunião, esta decisão não foi tomada naquele instante. Existe algo dentro de
nós (centro magnético) que já decidiu participar sempre. É uma força
interior que se tem ou não se tem. É fácil em um grupo saber quem a possui ou não, pois existem pessoas num grupo que possuem uma fraqueza tão grande ou maior que a
força do Trabalho. Ao olharmos para estas pessoas, nunca saberemos se elas virão na
próxima vez ou não, pois poderá acontecer várias coisas que as impedirão de
participar das reuniões e se formos ouvi-las, todas as coisas que as impediram
de vir, são bem plausíveis e até impossível de contradizê-las. Quanto mais
razoável é a uma pessoa faltar às reuniões, como saúde, trabalho, família,
dinheiro, mais fácil de se entender que o destino dela não está ligado ao
trabalho sobre si. Sua vida acontece, não está tendo a liberdade de fazer o que
quer, mas sim o que a vida lhe impõe. Seu destino segue o destino comum,
satisfeito com a vida e o que a vida lhe impõe é felicidade e sonho.
Não interessa o que um grupo esteja fazendo, o que tem
importância é o objetivo de cada um na direção de querer acordar ou não, de
querer ser visto e corrigido ou continuar como sempre foi, pois a mudança é
certa para aqueles que querem mudar. O esforço é o mesmo, tanto para acordar
como para viver bem com a vida, sendo a mesma energia a ser canalizada para aumentar a consciência ou
para a felicidade de viver num lindo sonho, enquanto a morte não chegar.
Uma pessoa comum dedica horas, meses e até muitos anos
de sua vida para ter um diploma e um serviço que lhe proporcione meios de
satisfazer seus desejos sociais, como comida, viagens, crescer socialmente,
financeiramente para ser respeitado por isso, etc. E assim vai até envelhecer e perceber que tem
poucos dias de vida. Mesmo assim, como já se acostumou com tudo isso, espera a morte chegar ou num asilo ou com os
netos e filhos que tem a obrigação de lhe visitar e tomar conta daquele fardo
velho que no final da vida nada tem no interior, apenas bens materiais que toda
a família está de olho. A vida toda foi acúmulo de ilusão e fantasia e
culto à vaidade, em lembrança de festinhas de aniversário ou lembranças
amargas de enterros e brigas familiares.
Pergunto: será que este é o destino de todos os
homens? Se perguntem: será que estou sendo fraco e me deixando levar por esse
destino? Morrerei como um velho num asilo ou lutando como um guerreiro?
Viemos para cá para
aprender a encarar e ficar na eternidade. Se gastamos esta energia em
baboseiras, o que colheremos será o que plantamos. Nós temos o direito de viver
bem a vida, sem nos apegarmos a ela, ao mesmo tempo em que criamos aquilo que
queremos ter e ser nesta imensidão incomensurável que existe e que temos o
direito de ter como parte de nosso real destino.
O corpo físico existe para ser usado em bom proveito
para criar ou fantasiar. Antes de deixarmos este invólucro, temos que fazer todo o
possível para criar o que queremos, que é o veículo de nossa existência fora
dessa realidade, que se tornará apenas uma lembrança diante da realidade daquilo
que há de vir. Para isto temos que aceitar nossa limitação em compreender aquilo que vemos e temos, assim como aquilo que sentimos. Nossa limitação deve
estar bem distante do que hoje somos.
A confrontação que sentimos aos nos separarmos do
grupo e voltarmos a vida comum, é o que um guerreiro samurai sente ao voltar
para sua casa depois de anos de batalha. Ele nasceu para batalha, sua espada
não foi feita para ser objeto de arte e sim instrumento de sobrevivência. Num
grupo, a espada é a atenção e a batalha é contra o sono e a distração, buscando
sempre estar atento. Como o poeta Antonio Abel diz no seu livro Pensamentos II
:
“O
tolo nas épocas de paz, diverte-se.
O
guerreiro nas épocas de paz, prepara-se”.
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