A soma de energia que adquirimos durante o dia vem
através dos três alimentos comuns ao homem: a comida através da boca, o ar que
respiramos e as impressões que recebemos. Toda a soma deles é desperdiçada através de vários costumes que
adquirimos desde a nossa infância até a idade adulta. Vamos verificar as três
primeiras entre as outras de mais fácil verificação e como temos que fazer para
economizar para que ela se transforme em consciência de si e que de certa forma
nos traz compreensão e controle sobre certas manifestações mecânicas da vida.
A primeira fonte de desperdício são as contrações
musculares que temos e que só notaremos se sentirmos o corpo, o lugar em que
isto ocorre, como o rosto, ombros, abdômen, mãos, coxas e pernas. Para que isto
não ocorra temos que colocar nossa atenção, através de um esforço para não
esquecê-las. Com isto algo dentro de nós fica direcionado, estabilizado para
partirmos para o degrau da atitude e notarmos as nossas posições corporais
desconfortáveis (não significa desleixado) e contra producente para os
objetivos do que estamos fazendo, como escrevendo, lendo, trabalhando, cuidando
etc. Só neste tipo de observação temos um grande fato de economia de energia e
atenção dirigida para o nosso próprio proveito (Centro Instintivo)
A segunda fonte de desperdício são as conversas
interiores inúteis para a vida cotidiana, e que são fantasias e lucubrações da
nossa cabeça. Se nos propusermos a notar isto, imediatamente ela cessa e com isto há uma facilidade em ocupar esta energia
em outra coisa. A manifestação da fantasia também está em pré conceituação do
que estamos vendo, nos direcionando para fora e não observando o que vemos. Em
outras palavras estamos perdidos no que assistimos, que pode ser um filme,
televisão, ou até mesmo quando estamos caminhando na rua, olhando as coisas. Se
fizermos tudo isto primeiro sentindo as partes contraídas para em seguida
colocarmos a atenção nas fantasias da cabeça, passaremos a olhar as coisas de
dentro para fora. Como um retorno, vamos para fora com a atenção, ao mesmo
tempo dentro do nosso corpo. Isto causa um atrito interior de energia que fica
acumulado como consciência. Aos poucos cada tentativa, alguns minutos por dia
até conseguir uma grande parte do dia. Este tipo de trabalho sobre si não
depende das manifestações externas. Esteja acontecendo o que for, nada pode
impedir a pessoa de ter atenção dentro de si, simultaneamente. A percepção deve
ser total, ao mesmo tempo em que vigiamos exteriormente, ficamos também nos
policiando internamente dentro do nosso corpo.Olhamos as pessoas, movimentos,
sons as intenções ao conversarmos, e interiormente a vigilância nas fantasias e
frases estereotipadas, mecânicas, e verificamos o que acontece com tudo: com o
corpo no relaxamento, com a cabeça e suas fantasias, isto é ficamos alertas.
A terceira coisa que é como uma explosão de energia,
que vai para todos os lados, pondo a perder grande parte da nossa energia é a
raiva, o ódio. Vamos dizer que a raiva é um sentimento negativo, que dá por
algum motivo sempre externo e que entra no nosso corpo nos dominando, se não
estivermos preparados para a luta. Na U.D.V. a raiva é uma força perambulante
que entra na pessoa e assume o comando, e o ódio é o próprio mal. O ódio é um
sentimento que persiste por um longo tempo dentro da pessoa e se manifesta
quando encontra uma oportunidade, até de forma aparentemente calma, controlada
e até inteligente para causar o mal para aquele que é odiado e para o que
odeia. Este sentimento só pode existir em quem não se observa e não tem nenhum
interesse em evoluir a consciência.Já a raiva é uma perda de controle que
quando se vai deixa até arrependimento do ato praticado. Já o ódio deixa
satisfação em quem pratica. Uma das manifestações do ódio é a vingança, outra é
a satisfação que a pessoa tem em ver a outra prejudicada ou sofrendo. A raiva
quando chega devemos pegar nossas armas e lutar para ela não se manifestar
primeiro relaxando o corpo em seguida dirigir a atenção para a voz e nunca
tomar uma decisão nesta hora. Só podemos esperar passar o momento e com ele os
"Eus" que querem assumir . A luta não é para vencê-la e sim
amenizá-la, estudá-la, observá-la. Este esforço nos trará a glória de uma
compreensão diferente do que está acontecendo ou motivando aquele momento. Comumente
se diz que a pessoa tem uma personalidade forte e fala e faz o que quer nestes
momentos, mas é um erro enorme pensar assim. Pois ao se manifestar com raiva a
pessoa é fraca, descontrolada e totalmente levada pelas circunstâncias que
podem prejudicar tanto no momento fisicamente como psicologicamente, nada trará
de útil além de se perder o momento para se armazenar uma força que é útil e
prática. Podemos nos arrepender de perder o controle e extravasar a raiva mas
nunca de ter controlado para que não se manifeste.
(...continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário