sábado, 24 de agosto de 2013

EXERCÍCIOS DE GURDJIEFF



As religiões comuns que atualmente conhecemos, tem seus preceitos, dogmas e rituais que na maioria dos casos, se perderam há muito tempo. Antes da idade média 1.600. Muito daquilo que vemos, não tem nada de tradição. Foi tudo inventado de acordo com a pessoa que mandava na época, ou ainda manda. Vendo assim, no plano comum, do conhecimento normal, pode-se dizer então que está tudo errado para as pessoas religiosas que seguem as religiões comuns. Mas não é bem assim.
Nós de Gurdjieff, falamos que o homem normal está dormindo. E com isso, tudo em sua vida acontece. Ele não faz o que quer, nem sabe o que faz. Mas a sua fantasia acha que tem livre-arbítrio para acertar e errar. Mas é um engano. Quando ele faz uma coisa que acha correto, pode estar errado para sua própria evolução e também contribuir para atrasar a evolução de outras pessoas. Podemos citar a educação das crianças modernas: os pais acham que o sistema antigo era cruel e duro e que o moderno é eficaz e brando, sendo melhor para a criança ver TV, Videogame, filmes e etc... Tudo isso leva a sociedade a cada vez ficar mais fraca e dependente. Tudo leva as pessoas a dormirem mais e se enfraquecerem para um despertar.
Vamos agora ver de um outro nível. Se o homem não sabe o que faz, os acontecimentos são dirigidos por quem? Qual é a razão dessa mecanicidade toda? Quando alguém inventa algo, digamos, funda uma religião para arrecadar dinheiro, dentro desse movimento existem forças que dirigem o destino daquelas pessoas, sem que elas percebam nada e elas servem às forças que são reais. Se alguém ali dentro souber usá-las poderá se despertar, evoluir e seguir seu próprio caminho e não o do grupo. Para isso a pessoa, acima de tudo, tem que querer acordar e achar alguém com a mesma meta na vida. A energia do despertar é maior quando mais pessoas estiverem dormindo. É como se estivéssemos em uma festa e todos estivessem para nos servir, as comidas, bebidas e ninguém comesse nada, apenas olhasse sem sentir vontade de se satisfazer. 
O homem pode ter qualquer intenção, boa ou má, de acordo como ponto de vista de seu próprio grupo. A sua consciência não mudará e ele permanecerá o mesmo enquanto não conhecer como funciona seu mecanismo interior. Um ladrão assassino e um trabalhador religioso podem estar no mesmo nível de sono, servindo a vida comum dentro de uma mesma sociedade. Para os conceitos sociais, há diferenças entre esses dois homens, mas para o despertar eles são iguais. Qualquer um deles, não está fazendo o que quer, são induzidos pelas circunstâncias para serem o que são. São folhas ao vento do destino. Os dois vivem dormindo e podem morrer dormindo, servindo forças que não lhe ajudarão em nada para o aumento do seu nível evolutivo.
Se aceitarmos que DEUS é luz, quanto mais consciência, mais perto dele estaremos e mais longe da sombra ficaremos em nossa vida. Para adquirir um nível diferente de consciência, não é através de atitudes externas que determinaremos nossa meta ao despertar. É necessário um trabalho sobre si, com esforço contínuo de auto-observação. 
Deve-se tomar cuidado com o auto-conhecimento, pois o homem no nível de sono desperto, não tem capacidade de conhecer a si mesmo. Ele pode até achar que se conhece, mas é um grande engano. O homem apenas se lembra vagamente do que ele é, seus costumes, defeitos, gostos... Não é a atitude nem o gosto das pessoas que mostram o seu nível de evolução, tudo isso pode pertencer a sua mecanicidade e seu nível evolutivo pode ser dos mais baixos apesar de seu costume ser aprovado e admirado pela sociedade comum dos homens.
Para saber quem está desperto, ponha dez pessoas dormindo dentro de um quarto, todas sonhando. Ninguém acordará ninguém; enquanto um tiver sonhos belos, outro tem pesadelos e todos em seus próprios sonhos continuarão a dormir até a casa cair, então despertarão. Mas será tarde para escaparem do desastre iniciado. Contudo, se um deles despertar e olhar que a casa pode desmoronar ele acordará seus companheiros e poderá salvar a todos do desastre final. (Agosto/2000)

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