
Nós estamos sob leis e podemos diminuí-las ou
aumentá-las, dependendo do nosso nível de consciência. Se partimos do Ser Supremo,
que é a manifestação Divina, com sua vontade e imaginação, são as primeiras 3
leis que se manifestam a todo momento em nossa vida e a conhecemos como ação,
reação e neutralização. É o equilíbrio para tudo o que existe, também
conhecida como força ativa, passiva e neutra.
A manifestação seguinte são essas 3 forças (som) mais
uma que passará a lei seguinte, então será 6 + 1 que é 7 ou lei do 7 que também
se manifesta em todas as situações de evolução e involução e que num grau
normal para o homem podemos conhecê-las pelos sons (Dó, Ré, Mi...), cores (verde,
vermelho; as cores primárias e as outras).
O homem, para ter uma vida normal, isto é, viver na
matéria, necessita de 48 leis. Digamos que o Absoluto tem dentro de si todos os
mundos, e para existirem todas as galáxias e/ou todos os mundos estão sob 3 leis.
O mundo seguinte, a nossa galáxia, terá 6 leis. Nosso sol, 12 leis (3 do absoluto,
mas 3 de todas as galáxias, que serão 6 leis) e mais 6 de sua própria
existência, somando 12 leis. O próximo serão todos os planetas, que formarão um
ser em torno do Sol com 24 leis, nossa terra fazendo parte dos planetas, 48 leis
e a lua 96 leis. Depois disso o Absoluto novamente, sem nenhuma lei, somente sua
vontade.
À medida que se distanciam do Absoluto, as leis se
tornam mais mecânicas, mais difíceis de se viver sob sua atuação. O homem tem em si as
manifestações desde a lei do 3 até as 48 leis e assim, um homem comum está sob
essas leis. Uma outra pessoa decide se lembrar de si, isto é, não ficar
distraído pela vida. Resolveu ter uma meta definida dentro de si: Ao andar na
rua, trabalho, escola ou outro, começa a observar-se. No momento do relaxamento do corpo, ele
está sob 24 leis. Por uns instantes ele é sensação e percepção. Seu alimento
são as impressões que recebe do local através do seu corpo. E assim ele pode
sair dali com a sensação bem definida de sua existência, em sua cabeça pergunta
sobre seu proceder; e assim ele vai andando dentro de um ônibus, atento,
sentindo sua presença...
De repente olhando através da janela, vê um amigo(a) e recebe uma influência, de tudo o que ele representa para si, como dança,
alegria, serviço, passeio, sexo... No mesmo momento se esquece de tudo o
que se propõe e já está novamente um homem comum, totalmente a mercê da lei que
a outra está. Esta pessoa como indivíduo já não existe, aquela que se propôs a
um instante para o trabalho de Gurdjieff sumiu, desapareceu... aqueles eus
mecânicos é que tomam conta naquele momento de sua vida. A pessoa mais
importante naquele momento para esta pessoa é Paulo, Mário, etc... Gurdjieff já
não existe, nem o Trabalho tem mais importância, tudo volta como sempre
foi. Se a pessoa se sente inferior
naquele momento, ela é inferior a outra, se se sente superior, também sentirá isso e
assim se formará um círculo vicioso de mecanicidade sob as 48 leis que é a do
sono comum.
O que fazer para não cair nisso durante nossa vida?
Primeiro se determinar a enfrentar esse desafio da vida, não fugindo ou se
escondendo. Nos trabalhos de Gurdjieff não fugimos de nada pois a maioria dos
homens estão dormindo, são pessoas que caminham para o sono, nada mais. Então
não há motivo de se preocupar. É necessário estar somente atento aos exercícios
que temos, nada mais. Dentro de um grupo são poucas as pessoas que lembram
de si perto dos amigos e daquilo que gostam em sua vida. Os poucos que
conseguem se lembrar de si e fazer os exercícios, estão se preparando para viver
sob 24 leis, que é fora da vida comum.
Quando estamos juntos as coisas do
Trabalho se tornam mais fáceis e não ficamos tão distraídos como normalmente
somos. Estes momentos de encontros são para recarregar as baterias que usamos
na vida lá fora. As possibilidades de um trabalho real de Gurdjieff está em se
determinar a não esquecer de si mesmo como primeiro passo para a imortalidade,
em qualquer lugar e situação, por mais boa ou ruim que seja. Mas as mais
difíceis são as boas, que nada mais são do que a morte interior da evolução
do homem. Não há necessidade alguma de abolir o que temos na vida, somente não
se distrair consigo mesmo. Estar em constante alerta para aquilo que se
determinou na vida, que é acordar para poder andar.
(12/09/2000)
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